Qual a influência da mídia na relação com o corpo?

Essas influências são mais comuns do que se imagina, e na maioria das vezes podem repercutir de maneira negativa na nossa relação com o corpo e com a vida.

De maneira negativa? Ooohhh!!! Como assim nutri?

- Mas nutri, eu uso as mídias sociais para me relacionar, me informar, como entretenimento, ver as tendências do mundo da moda e muito mais...

Pois é...

E é nesse muito mais que somos expostos a uma série de conteúdos editados, que exibem o que aumenta audiência e likes, vão desde “modelos de estilo de vida saudável” a dietas da moda, alimentação, rotina de exercícios, procedimentos estéticos, beleza, corpo...

São tantas informações, que fica difícil perceber o que é ou não real.

A imagem corporal é construída no decorrer da vida, essa construção recebe interferências ambientais, psicológicas e sociais, dessa forma podemos presumir um pouco do impacto gerado a partir das mídias sociais. Não é verdade?

https://www.rsph.org.uk/uploads/assets/uploaded/d125b27c-0b62-41c5-a2c0155a8887cd01.pdf

O relatório Status da mente: as mídias sociais e a saúde mental dos jovens, publicado em maio de 2017, pontua os efeitos positivos e negativos das mídias sociais na saúde dos jovens, são exemplos desse efeitos:

Positivos:

- Senso de comunidade

- Facilitar a prestação de apoio emocional

- Capacidade de conectar pessoas de todas as esferas da vida

Negativos:

- Insatisfação corporal

- Atração para comparações baseadas na aparência

- Desejo elevado de mudar sua aparência como rosto, cabelo e / ou pele depois de passar um tempo no Facebook

- Aumento nas gerações mais jovens que optam por cirurgia plástica para parecer melhor em fotos 

Dentre outros aspectos avaliados, o uso da mídia social está vinculado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão, falta de sono e cyberbullying.

O relatório inclui ainda uma tabela de plataformas de mídia social de acordo com o impacto na saúde mental dos jovens. O YouTube liderou a tabela como o mais positivo, com o Instagram e o Snapchat sendo os mais prejudiciais para a saúde mental e o bem-estar dos jovens.

Outro estudo, realizado com 110 mulheres de 19 a 29 anos, revela que postar selfies com ou sem retoques provoca alterações na imagem corporal e humor (MILLS et al, 2018). O uso da mídia social indica também forte associação com preocupações alimentares, tanto em homens quanto em mulheres conforme demonstra amostra de 1.765 adultos jovens com idades entre 19 a 32 anos (SIDANI et al, 2016).

Assim, podemos concluir que essas interferências da mídia podem levar a busca por atingir um “padrão” de beleza (inalcançável) ocasionando uma insatisfação corporal, e logo vem uma cascaaaata de acontecimentos, como: sentimento de incapacidade, busca por soluções rápidas para atingir o tal “padrão”, dietas restritivas, frustração e até risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Vamos repensar o modelo atual de beleza?! O padrão de beleza muda com o tempo, é inconstante e passageiro. É importante adquirirmos senso crítico quanto as mensagens da mídia sobre corpo e comida.

Whyllane Pinheiro

Nutricionista

CRN 6 – 26539/P

@nutrircomempatia