Corpo e Subjetividade
- débora araújo
- Sep 24, 2019
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A subjetividade é construída ao longo da vida do indivíduo e diz respeito aos processos singulares do mundo interno de cada um, como as emoções, as crenças e os valores. Consiste em VOCÊ e em suas EXPERIÊNCIAS com o mundo. Apesar de ser algo bem particular, é interessante enfatizar que o OUTRO é muito importante na construção da sua subjetividade.
Como assim?
Desde quando você estava na barriga da sua mãe, a interação com o mundo já estava ocorrendo. Se, por exemplo, ela tivesse passado por uma situação de grande estresse (acidente, perda de ente querido), o feto naturalmente vivenciaria essa experiência também. Então, desde esse momento, sua subjetividade já vem sendo construída com o auxílio do outro (no caso, sua mãe). Depois do nascimento, o núcleo mais próximo da criança, geralmente a família, vai selecionando as experiências da criança e vai descrevendo como a criança se comporta em determinados contextos. Isso mesmo, a LINGUAGEM é muito importante nesse processo.
A forma como descrevemos o mundo é influenciada pelo outro. Não estou dizendo que é causada diretamente. Mas tem grande parcela de contribuição na construção de valores e crenças.
Dessa forma, podemos relacionar isso à construção da relação com o CORPO. Ou seja, desde a infância, você vai interagindo com a comida e criando relações com ela e com seu corpo. A relação que as pessoas ao redor estabelecem com a comida, vai servindo como modelo e tornando-se referência para você também. Bem como, as próprias experiências da história de vida na escola, no esporte, com os amigos, nos relacionamentos amorosos e na família de uma forma geral também vão construindo a relação do corpo com a subjetividade.

Quem já ouviu frases do tipo: “essa daí é magra de ruim”; “ela é igual à Magali: só pensa em comer”; “comendo desse jeito você não vai emagrecer nunca”; “tem o rosto tão lindo; se fosse magra...”. E por aí vai... Essas frases, ao serem ouvidas desde a infância, vão se tornando “verdades” sobre o corpo, de forma que, mesmo sem ouvi-las mais, elas continuam controlando as práticas da vida adulta.
Por isso, para reconstruir essa relação, é importante pensar: o que seu corpo fala sobre sua história? Quais frases eram mais comuns de ouvir na infância sobre o corpo? Quais frases você não concorda, não faz mais parte dos seus valores, mas ainda afetam suas práticas, trazendo prejuízos?
Compreender a forma como as crenças sobre o corpo foram construídas ao longo da sua história de vida e como elas podem ser modificadas, dependendo dos valores e da forma como você pensa a beleza e o corpo atualmente, são peças chaves para alinhar as práticas com seus valores.
Débora Araújo
Psicóloga (CRP:11/10961)
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