Padrão de beleza não é tudo!

Os padrões de beleza nunca foram os mesmos. Eles vão sendo alterados ao longo do tempo e dependendo da cultura.

Em relação ao tempo, basta você pensar em algumas décadas atrás, o corpo em forma era aquele com curvas, mais volumoso. Se pensarmos nos padrões de beleza da contemporaneidade, a mulher mais valorizada é a magra, porém mais definida da academia.

Sobre a cultura é possível perceber a diferença quando pensamos no Brasil, com as mulheres buscando uma pele mais bronzeada e uma dedicação intensa na musculação. Já na China, o referencial de beleza feminino está em fazer o oposto: manter a pele branca e ter um pouco de barriga pode ser charmoso.

Pois é... determina-se um “modelo” e coloca como referencial para todas as outras pessoas seguirem. Já imaginou que louco pensar assim? Se cada pessoa tem uma história diferente, uma estrutura corporal diferente.

Vou fazer uma analogia: lembra da média de notas que você tinha que atingir na escola? Algumas pessoas conseguiam mais, outras conseguiam menos. Vamos pensar que tem matérias que você considerava mais acessível tirar uma nota alta e outras que era quase inviável, por você não ter tantas habilidades assim. Além daqueles dias que acontecia algum evento pontual e você não conseguia estudar o suficiente. E assim vamos construindo nossas “médias” de notas e matérias na escola. Por que então você deseja SEMPRE e a todo custo, independente da forma, atingir a "nota mais alta" em relação ao seu corpo e à comida, se temos dias e habilidades/facilidades/prioridades diferentes?

Além disso, importante citar a função ECONÔMICA desses padrões inalcançáveis. À medida que as mulheres sentem-se insatisfeitas com o corpo constantemente, elas desejam sempre mudar e tentar alcançar aquele “corpo perfeito” da blogueira fitness das redes sociais. Nessa tentativa, o que elas fazem? Gastam dinheiro!! Cirurgias plásticas, produtos de emagrecimento, medicações e por aí vai... a industria da estética vem lucrando muito com o sofrimento das mulheres. Segundo a Associação Brasileira da Industria de Higiene Pessoal, Perfumaria e cosméticos (2016), o Brasil ocupa a terceira posição de maior consumo de produtos de beleza, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Por isso, antes de pensar que você está inadequada, antes de deixar de sair porque considera que não cabe naquela roupa da moda, lembre-se: você é ÚNICA! Você tem uma história diferente com relação ao corpo e a comida que precisa ser compreendida antes de investir milhares de dinheiro e enriquecer a indústria da beleza. O seu corpo permite você realizar grandes conquitas, levantar todos os dias e ir trabalhar, cuidar de quem você ama.

Valorize-o!!

Débora Araújo

Psicóloga

(CRP: 11/10961)