Que corpo é esse?
- Whyllane Pinheiro
- Oct 5, 2019
- 2 min read

Já parou para pensar sobre as representações do seu corpo?
Sim, pois além do desempenho muitas funções (isso nós já sabemos), ele também carrega histórias, traços de família...

E é a partir daí que gostaria de lhe questionar, se você consegue perceber algumas características nesse corpo que possa te lembrar alguém em especial?
Certa vez ouvi dois relatos em uma roda de conversa que mexeram muito comigo:
Joana - sempre ouvia: tá ficando gorda quem nem a vovó.
Maria - adorava quando lhe diziam assim: você parece com sua avó.
Apesar de falas diferentes, ambas se referiam a figura da avó, assim, após escutar o relato de Maria, Joana em lágrimas, refletiu que talvez não fosse tão ruim assim parecer com a avó, sendo então capaz de ressignificar aquela imagem apenas do corpo para as boas lembranças, as virtudes, e outras características de sua querida avó ...
Outros relatos sobre o corpo são bastante comuns, não é difícil ouvir:

Ah! Mas se eu tivesse o corpo da fulana...
Se eu fosse magra assim tava era feita...
Quando eu emagrecer eu vou para praia...
Quando minha barriga for um tanquinho eu uso blusa que mostra o umbigo...
Preciso entrar naquela calça...
Preciso emagrecer para ir ao casamento...
Aiaiaiaiai, quem nunca pensou ou ouviu isso?
Comumente ouvimos uma ou outra história que condicionam à forma física a estar "apta" a eventos, roupas, atividades... e se você pudesse agir diferente, como seria pensar por exemplo que a roupa é que tem que caber em você? Que a motivação principal do casamento é uma celebração? Que todo corpo pode ser um corpo de praia... Enfim, já imaginou não se importar tanto assim? Percebe a quantidade de coisas que está deixando de fazer e aproveitar por não atingir um determinado corpo padrão (irreal)?!
Pois é, dessa forma, planos são adiados, desejos... e no final das contas tristeza e frustração são geradas.
Outra vez ouvi de uma pessoa muito querida que devemos trabalhar com as nossas próprias ferramentas. Isso virou uma chave sabe?!
- Como assim?
A partir do momento que me aceito como sou, posso então exercer um olhar mais acolhedor, tratando-me com respeito e autocompaixão, ao me livrar de julgamentos e comparações (não dá para se medir na forma do outro) posso buscar trabalhar com meu corpo da melhor forma, para lhe propiciar saúde e bem-estar. Não é que você precise estar sempre plenamente satisfeita com sua forma ou condição, não será do dia para a noite que você vai acordar se amando. Mas o que é que odiar o seu corpo tem trazido de bom?! Aceitação é um processo e como todo processo é cheio de altos e baixos, e está tudo bem!
Gostaria de propor algumas atividades:
Seu corpo te liberta ou aprisiona? De acordo com a resposta, o que posso fazer?
Já se imaginou escrevendo uma carta para o seu corpo?
E se ele pudesse responder, o que esse corpo diria?!
Se você tivesse pouco tempo de vida, o que você faria além de se preocupar com sua imagem?
Whyllane Pinheiro
Nutricionista
CRN 6 – 26539/P
@nutrircomempatia
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