Uma estratégia para lidar com o comer emocional...
- Nutrição sem Pressão
- Nov 4, 2019
- 3 min read
O comer emocional está presente em nossas vidas por um simples motivo: somos seres humanos! Enquanto vivermos, teremos que lidar com nossas emoções e, em algumas ocasiões, a comida estará presente nesse processo.
Comer faz parte das nossas comemorações (aniversário, casamento, saídas com os amigos) e nos traz sensações boas (até por uma questão fisiológica mesmo, de sobrevivência!). Às vezes, comemos também por estarmos tristes e, até certo ponto, isso é perfeitamente normal.
A grande questão do comer emocional é quando ele se torna disfuncional. Comer se torna a resposta para tudo: tédio, tristeza, alegria, raiva, ansiedade... e o comer emocional acontece numa frequência alta, quase que diária.
E aí, a gente passa a nem pensar mais nisso de certa forma e vira uma resposta automática.... Sentiu? Comeu!

Uma estratégia que eu sempre uso com meus pacientes é a da "Maré ou Tsunami".
Para aplicar essa estratégia, é necessária a tomada de consciência dos sentimentos associados ao comer. O que pode ser fácil para alguns e difícil para outros..
ex:
Estava muito ansiosa e acabei comendo demais...
Passei uma raiva tão grande e descontei na comida...
Sempre chego em casa tão cansada que comer é meu único descanso...
(se você tem dificuldade em reconhecer seus sentimentos, busque um psicólogo pra te ajudar!)
Será que é pra comer ou pra sentir? :)
O que seria uma ação, diferente de comer, para lidar por exemplo com o cansaço? Dormir, tomar um banho, assistir uma série, ouvir música...
Algumas vezes, os sentimentos virão de forma tão forte, que você não vai conseguir parar, pensar e decidir isso. Eles vem como uma Tsunami, com uma intensidade grande e às vezes até sem avisar.

Mas, o mar não é feito só de Tsunamis, né?
Na verdade, na maioria do tempo, o mar tem aquela maré com ondas pequenas que, se você fizer uma forcinha, consegue ficar em pé e até nadar contra ela. Mesmo as ondas maiores, você consegue passar por elas mergulhando, ou até mesmo (se você desenvolver suas habilidades), surfando! Mas, se você se deixar levar pela maré... pode ser que você vá parar em alto-mar (ou, no mínimo, engolir muita areia)!

Com a comida e os sentimentos, essa analogia pode ser bem útil.
Às vezes, os sentimentos serão como um Tsunami. Comer vai parecer a única alternativa, sua resposta automática aos sentimentos.
Se você não sabe nadar, as ondas um pouco maiores talvez também te pareçam tsunamis. E, uma hora, você tá tão perdido que não consegue se estabilizar na maré.
Mas, quando você vai aprendendo a nadar, com algum esforço, você vai conseguindo "lutar contra a maré". Talvez você aprenda até a surfar. Porém, enquanto você não aprende a nadar, o mar permanece um mistério.
Quando o comer é a resposta automática pra todos os seus sentimentos, é como se você se deixasse levar pela maré.
E aí, o que fazer?
Aprender a diferenciar maré e tsunami e aprender a nadar!
E para dar início a esse processo de aprendizagem, vai uma dica: ao final do dia, registre todos os sentimentos envolvidos nas diversas situações vivenciadas pela manhã, tarde e noite. Depois, identifique qual comportamento foi associado a cada sentimento. Você foi imediatamente comer? Assistiu uma série? Fez uma pausa?
Assim, você aprenderá a diferenciar quais outros comportamentos você pode utilizar nessas situações e que funciona de maneira efetiva em lidar com a situação, diferente de comer.
Nos primeiros dias, será um exercício difícil, mas com a prática, passará a ser algo natural e você ficará mais consciente das suas emoções, e consequentemente a “maré ficará mais baixa”.
Se sentir dificuldade, não deixe de buscar ajuda profissional!
Por Mariana Ribeiro (Nutricionista) e Débora Araújo (Psicóloga)
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